Desigualdade
Em qualquer lugar se pode ver desigualdade, no livro A revolução dos bichos, de George Orwell, também vemos desigualdade. E, nesta análise, faremos uma comparação da situação de todas as pessoas, com a situação dos bichos da fazenda. Observaremos que, sendo por desigualdade ou qualquer outro aspecto, existirá pelo menos uma semelhança deste livro com a nossa sociedade.
O livro começa com a ideia de um velho porco, Major, que aparenta humildade. As leis propostas por ele seriam, num futuro próximo, a base da sociedade animal. Após a revolução, Major já havia falecido, então outros porcos se disseram líderes dos outros animais da fazenda, por sua inteligência. Até aí tudo estava bem, porque os animais talvez ficassem perdidos e desorganizados, mas os porcos raramente trabalhavam e era difícil saber o trabalho que os outros animais da fazenda passavam. Comparando com a situação humana, é como se os porcos fossem políticos, donos de grandes empresas e a maioria das pessoas ricas. Independente do motivo delas serem tão ricas, enquanto outros animais são simplesmente trabalhadores esforçados que querem ser reconhecidos por seus feitos e, como trabalham mais arduamente que os ricos, desejam salários justos.
Mas só se vê a grande desigualdade a partir do início da construção do moinho de vento. A maioria dos animais trabalhava duro, enquanto os porcos ficavam no conforto da casa do Sr. Jones, provavelmente pensando qual seria a próxima mentira que contariam aos outros bichos. Os “trabalhadores comuns” arrastavam pedras gigantescas o dia inteiro em troca de menos comida do que na época de Jones, e os porcos descansavam em troca de uma barriga mais “cheinha”. Ou seja, no mundo real os ricos ficam mais ricos a cada minuto sem fazer absolutamente nada, e os não tão afortunados ficam menos afortunados a cada minuto contribuindo muito mais com a sociedade em uma semana do que a maioria dos políticos e ricos contribuiriam em três meses.
A situação piora quando os porcos começam a mudar os mandamentos para seu próprio benefício. Os mandamentos seriam as leis da vida real e mudar poderia ser mudar mesmo ou criar leis completamente inúteis. Um exemplo famoso é a lei dos drinks de frutas para os políticos: a desculpa dada foi “Nós políticos precisamos ficar saudáveis e hidratados”, mas podiam muito bem comprar as bebidas, quero dizer, não é para isso que ganham tanto dinheiro.
Agora citarei algumas das leis adulteradas pelos porcos.
# Quatro pernas bom, duas pernas melhor.
# Nenhum animal dormirá em cama, com lençóis.
# Nenhum animal beberá álcool, em excesso.
# Nenhum animal matará outro animal, sem motivo.
# Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.
Todas essas leis foram modificadas pelos porcos por, pelo menos, um dos seguintes motivos:
# Para seu próprio benefício;
# Para manter o controle sobre os outros animais;
# Para serem superiores aos outros animais;
# Acabar com a guerra contra o inimigo declarado do povo (que seriam os outros animais da fazenda), para manter uma relação de comércio.
Concluo que este livro me fez pensar. E acho que todos os animais, mesmo que não sejam inteligentes como os mostrados no livro, têm certa semelhança com o ser humano. A única diferença é que os humanos usam dinheiro e os animais usam comida. A diferença de receber dinheiro e receber comida é que comida serve apenas para sobrevivência, enquanto o dinheiro também serve para entretenimento.
Cópia da reportagem:
Brasil tem 3º pior índice de desigualdade no mundo
O relatório do órgão da ONU destaca ainda que a maior dificuldade na América Latina é impedir que desigualdade social persista no decorrer de novas gerações
O Brasil tem o terceiro pior índice de desigualdade no mundo e, apesar do aumento dos gastos sociais nos últimos dez anos, apresenta uma baixa mobilidade social e educacional entre gerações. Os dados estão no primeiro relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sobre América Latina e Caribe.
Segundo o estudo, a região é a mais desigual do mundo.
— A desigualdade de rendimentos, educação, saúde e outros indicadores persiste de uma geração à outra, e se apresenta num contexto de baixa mobilidade socioeconômica — diz o estudo do órgão da ONU, concluído neste mês.
Entre os 15 países com maior diferença de renda entre ricos e pobres, dez estão na América Latina e Caribe. Na região, o Brasil empata com Equador e só perde para Bolívia e Haiti em relação à pior distribuição de renda.
Quando outros continentes são incluídos, a Bolívia ganha a companhia de Madagáscar e Camarões no primeiro lugar, e o Haiti tem ao seu lado, na segunda posição, Tailândia e àfrica do Sul. Para o PNUD, esses países apresentam índices "muito altos" de desigualdade.
Prejudicados
Os dados apontam ainda que as mulheres e as populações indígena e afrodescendente são as mais prejudicadas pela desigualdade social na região. No Brasil, por exemplo, apenas 5,1% dos descendentes de europeus vivem com menos de 1 US$ por dia. O porcentual sobe para 10,6% em relação a índios e afros. O PNUD lembra que os acessos à infraestrutura, saúde e educação poderiam alterar esse cenário. O relatório do órgão da ONU destaca ainda que a maior dificuldade na América Latina é impedir que desigualdade social persista no decorrer de novas gerações.
— A desigualdade reproduz desigualdade, tanto por razões econômicas, como de economia política — segundo um trecho do documento.
Esses números não são nada positivos para o Brasil. Cerca de 58% da população brasileira mantém o mesmo status social de pobreza entre duas gerações, enquanto no Canadá e nos países nórdicos, por exemplo, esse índice é de 19%. Escolaridade Segundo o estudo da ONU, é baixo também o crescimento do nível de escolaridade entre pai e filho. E esse resultado é influenciado pelo patamar educacional da geração anterior. No Brasil, essa influência chega a ser de 55%, enquanto nos EUA esse porcentual é de 21%.
O Brasil, nesse quesito, perde para países como Paraguai, Panamá, Uruguai e Jamaica. O estudo do PNUD destaca que acesso a bens e serviços públicos podem ajudar a aumentar essa mobilidade educacional. A evolução do gasto público social é destacada pelo órgão da ONU. Segundo o estudo, esse tipo de despesa gira em torno de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) na região. Entre 2001 e 2007, o gasto por habitante aumentou 30%, de acordo com o relatório, sendo que a maior parte concentrou-se em segurança e assistência social.
— É possível afirmar que os países da América Latina e Caribe realizaram um importante esforço para melhorar a incidência do gasto social — diz a conclusão do estudo.
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