O livro 1984, do autor Eric Arthur Blair, mais conhecido por seus pseudônimos George Orwell ou também John Freeman, foi escrito em 1948 e o título foi transformado através da inversão do ano com a idéia de descrever um futuro, baseado nos fatos que estavam acontecendo no presente.
O tema que o livro aborda pode ser comparado ao da antiga ditadura militar brasileira. Durante a história, é possível perceber que as pessoas viviam em um regime totalitarista (vigiados por câmeras, chamadas de teletelas) em que se alguém pensasse de forma diferente do que o partido IngSoc impunha cometeriam um crime, conhecido como Crimideia (em Novilíngua, língua que facilitava o uso das palavras unindo-as, significa pensamentos ilegais) e seriam capturados pela “Polícia do Pensamento” que controlava cada atitude dos cidadãos.
Como exemplo das atitudes do partido, podemos utilizar um fato comum, as pessoas estão vendo 5 dedos, porém os membros do partido dizem que há 4 dedos, logo, os cidadãos devem concordar. Enquanto não concordavam, seriam torturados. O partido IngSoc tinha como lema a seguinte frase: “Guerra é paz, Liberdade é escravidão e Ignorância é força”. Até mesmo as crianças eram orientadas a denunciar os pais ou vizinhos à Polícia do Pensamento, quando os vissem cometendo algo que não fosse de acordo com as leis do partido.
Dentre os principais membros do partido estavam O’Brien (agente do governo que tortura Winston) e o Grande Irmão (uma espécie de comandante do partido, que quase não era visto pelos cidadãos e outros membros). Quem ousasse dizer ou escrever a frase: “Abaixo ao Grande Irmão”, corria o risco de ser visto pelas teletelas e ser capturado pela Polícia do Pensamento.
Winston Smith, um dos principais protagonistas da história era um homem de trinta e nove anos, membro do partido externo e funcionário do Ministério da Verdade, onde tinha como função reescrever e alterar os dados de acordo com o interesse do partido. Winston compra clandestinamente um bloco de anotações e um lápis (objetos proibidos que foram adquiridos em um antiquário) e passa a relatar seus sentimentos e tudo que acontece em seu dia-a-dia.
Foi casado por cerca de 11 anos atrás, porém separou-se de sua esposa (Katherine), pois não queria ter filhos e ela seguia o partido com devoção, defendendo a ideia de que o sexo era somente para geração de filhos e este como forma de prazer era proibido. A separação também não era permitida naquela época caso os casais tivessem herdeiros. Neste tempo sozinho, conhece uma moça chamada Júlia, a qual suspeitou que trabalhasse para a Polícia do Pensamento e pudesse estar vigiando-o. Mas depois descobre que a moça não trabalha para o partido e envolve-se com ela, o que também era proibido pelo partido, exceto se fossem assuntos de trabalho. Como o partido não poderia saber o que estava acontecendo entre eles, sempre se encontravam escondido à noite. Winston demora um mês para conseguir dar um beijo na moça e descobrir seu nome. Para conseguir manter seu relacionamento com a moça, Winston aluga um quarto no antiquário que não possuía teletelas nem microfones.
O’Brien dizia que era um membro da resistência (não aderia às regras do partido) e que o casal devia fazer parte desta também, depois utiliza estes argumentos para torturar Winston, levando-o para uma sala. Aos poucos, torturado e drogado, Winston começa a aceitar a ideia do partido. Mas, ainda faltava o último estágio, que consistia em aprender, aceitar e entender o regime do partido e isto só poderia ser concluído no “Quarto 101”, o pior lugar do mundo, que podia ser comparado a um inferno personalizado. De tanto ser torturado, Winston grita ao homem: “Chega, faça isso com Júlia”.
O’Brien liberta Winston que termina seus dias bebendo Gim Vitória e jogando xadrez sozinho em um bar da cidade, o Café Castanheira, teve sua posição rebaixada a um trabalho em um sub-comitê. Quanto a Júlia, ela também escapa do Quarto 101. Porém, o casal foi obrigado a separar-se por causa do partido e só se encontravam ocasionalmente. Winston, para conseguir sobreviver, “finge” estar adaptado ao regime do partido e que ama o Grande Irmão.
No decorrer da história, percebemos vários “problemas” que a sociedade daquela época enfrentava, mas o principal era a questão da liberdade, não existia a possibilidade de os cidadãos expressarem sua opinião e todas as suas atitudes eram controladas pelo governo. Podemos comparar a situação que George Orwell retrata em sua obra, por exemplo, com uma reportagem publicada no Brasil, na revista Istoé, onde o jornalista Norton Godoy faz um alerta em sua matéria: “Cuidado! Sua privacidade pode estar sendo invadida. - Detalhes de sua vida pessoal, já bastante difundidos pela tecnologia da informação, vão ser agora monitorados pelo governo através de artifício rejeitado nos países mais desenvolvidos”. Era exatamente isso que acontecia em 1948, o partido IngSoc controlava as pessoas e os seus pensamentos, mas sem a interferência da tecnologia.
Referências:http://www.istoe.com.br/reportagens/33729_CUIDADO+SUA+PRIVACIDADE+ESTA+SENDO+INVADIDA
Link do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=n2NUmf1_mek
Por Jenifer Glosqui - Turma INF 2 AM
Nenhum comentário:
Postar um comentário