segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Napoleão e Fernando Collor de Melo

           Em “A Revolução dos Bichos”, uma criação de George Orwell, são citados muitos animais, desde pequenos a grandes, cada um com suas características próprias e exclusivas.
            Podia-se escolher qualquer tipo de personalidade, mais calma, mais agitada, falante, quieta, bem humorada ou não, enfim muitas opções.
            Será que eu queria falar da força e da coragem de Sansão, ou do mistério do burro Benjamim que só uma palavra dizia, mas talvez pensasse mais do que todos ali. Não, eu queria e quero falar da injustiça, de pessoas que constroem suas vidas sobre os destroços das vidas de outras que se deterioram pela ambição de algumas. Eu quero falar de Napoleão.

O imaginário e o real

            Muitas vezes o que é imaginado pelo ser humano contém grande parte da realidade, pois o ser humano imagina de acordo com ambiente em que vive. Há situações em que uma simples imaginação pode nos revelar o que está presente à frente de nossos olhos.
            Ao ler “A Revolução dos Bichos”, procurei prestar muita atenção ao que estava decifrando através das letras, e também ao mesmo tempo imaginar o que se passava na história, pois é imaginando que somos capazes de entender o que está à nossa frente.
            Foi imaginando que percebi uma grande semelhança entre um personagem do livro e uma pessoa da vida real.
           Percebi a enorme semelhança entre um político e Napoleão. O político é Fernando Collor de Mello. Este é formado em jornalismo. É difícil encontrar algum brasileiro que já não tenha ouvido falar seu nome, foi um homem que marcou a história do Brasil, infelizmente não foi por pontos positivos.
          Collor se elegeu para presidente em 1990, depois de o Brasil ter passado por momentos difíceis. As eleições foram para o segundo turno, onde concorreram Luís Inácio Lula da silva e Collor.
           Fernando recebeu muitos apoios políticos, inclusive da Rede Globo. As propagandas tiveram grande repercussão e resultaram na vitória de Collor no segundo turno.  
            Assim como todos os políticos, ele dizia que faria o que estivesse ao seu alcance para lidar com os problemas do país e ele fez até demais.
           Collor dizia que em tentativa de conter a inflação, que cada vez mais crescia, aumentaria impostos e tomaria outras decisões que também não agradavam ao povo. Tirou dinheiro das poupanças de muitos cidadãos brasileiros, enquanto a inflação subia e não só os mais pobres, mas também toda a população do Brasil sofria.
          Políticos que trabalhavam no mesmo ambiente que Fernando trouxeram provas de corrupção em seu governo. A população estava inquieta, até que em 1992, uma multidão de estudantes pintou suas caras de verde e amarelo e foi às ruas pedir que o presidente fosse destituído do cargo.

           Devido a todos os fatores negativos que contribuíram diretamente para que Collor saísse do poder, a decisão foi pelo impeachment. Collor foi condenado e proibido de atuar no ramo político por alguns anos.
Hoje ele é senador do Brasil. As pessoas parecem ter esquecido do passado, do que jamais poderá ser mudado e também que o futuro do país está em nossas mãos e este sim podemos construir da forma que imaginamos um país. O mais justo possível ou o país da corrupção e de roubos feitos por verdadeiros bandidos que se escondem em belos trajes e palavras bonitas?
        Napoleão, um personagem de “A Revolução dos Bichos”, tem muitas semelhanças com Fernando Collor de Melo. Ele também prometeu melhorar a situação que estava sendo enfrentada na Granja Solar, mas não foi bem isso o que fez. Cada vez mais ficou distante dos outros animais que ali viviam. Passando por cima das esperanças dos outros, de sonhos por uma vida melhor e, incrivelmente, mesmo sendo um animal, um porco, Napoleão acabou escondendo seus atos de injustiça, de falta de caráter também por trás de roupas e palavras bonitas, mesmo que não fossem ditas por ele, pois tinha seus amigos, que serviam para ajudá-lo a manter os outros sob controle.
       Amigos unidos pela maldade, que nem sequer merecem o direito de serem chamados assim, pois a amizade é verdade, compartilhamento, solidariedade, compreensão, coisas que faltam em pessoas que deixam de lado os bons pensamentos, pela obsessão que pode trazer alguns benefícios, mas esquecem que depois o preço acaba sendo caro demais.
Fernando Collor de Mello e Napoleão foram comparados. O primeiro é uma pessoa, um homem, um político brasileiro. O outro uma criação do autor George Orwell. Porém, ambos demonstraram atitudes parecidas. Tentei mostrar aos que leem o que escrevo que a injustiça e a maldade do ser humano estão presentes em nossas vidas, presentes até em pessoas em quem votamos. Será que estamos sendo enganados? Talvez um pouco sim, mas não totalmente, pois temos acesso a informações de pessoas que não mereciam um voto sequer, mas mesmo assim são eleitas para representar a população. Quem queremos que nos represente? Gente de boa índole ou bandidos? Está em nossas mãos a escolha.
       “A Revolução dos Bichos” teve seu final definido, um final não muito agradável, mas nós temos muito que viver. Ainda estamos escrevendo nossa trajetória. Será que o final da criação de Orwell não foi devido, em grande parte, aos animais deixarem que tudo acontecesse? Nós queremos que isso aconteça na vida real? Pode ocorrer, personagens do livro já podem ser comparados a pessoas, seres humanos. Será George Orwell o representante de Major, o porco velho e sábio, em nossas vidas, para nos mostrar que o futuro depende de cada um de nós?
Faça sua parte que a recompensa virá para todos.           


Bianca Camargo Machado/ Inf.1AT

Link do vídeo:

          

Nenhum comentário:

Postar um comentário