segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Análise sobre a obra 1984, de George Orwell

O romance 1984 foi escrito em 1948 por George Orwell, pseudônimo do escritor e jornalista inglês Eric Arthur Blair. Trata-se de uma crítica social narrada em 3ª pessoa, que conta a história de Winston Smith, um membro do partido externo.

Baseado nos regimes totalitários da época, o livro retrata um mundo dividido em três estados: Eurásia, Lestásia e Oceania, onde o Partido IngSoc domina, impondo seu idioma chamado de Novilíngua (que cada vez sofre mais reduções de palavras) e suas leis, como o crimideia (o ato de pensar algo contrário a qualquer ideia do Partido). É aí que entra a Polícia do Pensamento, que captura aqueles que cometem não só esse, mas qualquer tipo de crime. E os que cometem algum tipo de crime, são “vaporizados”, desaparecendo assim, e tendo seus dados completamente apagados, como se nunca tivessem existido. Existem também os quatro Ministérios: Ministério da Verdade, Ministério do Amor, Ministério da Paz e Ministério da Fartura. Esses ministérios tem como função controlar o povo das mais variadas formas.

Winston tem trinta e nove anos e trabalha no Ministério da Verdade, onde altera registros de acordo com as decisões do Partido, jogando qualquer documento que pudesse provar uma contradição do Partido no “Buraco da Memória”. Porém ele começa a questionar os princípios do Partido, e acaba comprando em um antiquário, um bloco de papel onde escreve tudo o que pensa ou sente e mesmo sabendo que corre o risco de ser pego pela Polícia do Pensamento, ele se coloca em um ponto cego da Teletela (uma tela com câmera, a qual vigia cada cômodo das casas e transmite anúncios o tempo inteiro). Tentando se lembrar do passado, Winston conversa com varas pessoas da prole, que “hipnotizadas” pelo Partido, só lhe dão informações insignificantes, até que resolve voltar ao antiquário onde comprou o bloco de anotações, e o dono, Sr. Charrington, lhe mostra um antigo quarto sem teletela. Ao retornar de lá, encontra uma mulher que já conhecia de vista, porém suspeitava que ela fosse espiã da Polícia do Pensamento.

Pelas manhãs, haviam os “Dois minutos de ódio”: em uma gigantesca tela, passavam imagens dos feitos do Grande Irmão (um homem de bigode escuro, símbolo do partido, que aparece em cartazes espalhados por todos os lados, onde se pode ler: O Grande Irmão está te vigiando) e também discursos e imagens do suposto principal traidor do partido, Emanuel Goldstein. Nesse momento os membros do partido começavam a xingar, gritar, jogar coisas na tela, reação do seu ódio pelo inimigo do amado Grande Irmão. É em um desses momentos, que Winston percebe O’Brien, um membro do Partido que possuía um alto cargo e se intriga com seu olhar, acreditando que o mesmo tivesse os mesmos pensamentos que os seus. Outro dia, Winston encontra a mulher a qual julgou ser da Polícia do Pensamento, que simula uma queda para poder lhe entregar um bilhete. Apesar dos temores de Winston de se tratar de alguma ameaça, no bilhete estava escrito apenas “Eu te amo”. Após a troca de algumas palavras no horário de almoço, marcam um encontro em um local distante indicado por ela e lá descobre que seu nome é Júlia e que ela também é contrária às idéias do Partido.

Winston e Júlia dão início a um romance secreto, se encontrando no quarto mostrado anteriormente pelo Sr. Charrington, de quem ele aluga o simples porém seguro cômodo. Um dia, O’Brien procura Winston e lhe diz que havia lido algumas palavras fora de uso em seu último artigo, e pergunta-lhe se ele já havia visto a 10ª edição do dicionário de Novilíngua, ao receber um não como resposta, pergunta-lhe se ele não deseja conhecer a nova edição dicionário indo até sua casa. Winston aceita e vai com Júlia até lá, com a esperança de realmente existir uma organização contrária ao Partido, chamada Fraternidade, liderada por Goldstein e de O’Brien ser um dos principais chefes também. O’Brien desliga sua teletela (ele tem esse privilégio, por ter um cargo alto dentro do partido), o que faz Winston se sentir à vontade de perguntar-lhe e revelar seus pensamentos a respeito do Partido. Então O’Brien promete lhe enviar um livro escrito Goldstein, no qual se encontram suas ideias contrárias ao Partido.

Winston devora o livro, e começa a entender o verdadeiro significado do lema “Guerra é paz, Liberdade é escravidão, Ignorância é força”, onde a guerra, a falsa liberdade e a ignorância servem apenas para manter o povo amedrontado e assim, submisso às leis. Após isso, em um outro momento,Winston e Júlia estão no quarto alugado, quando uma voz sai de trás de um quadro e começa a repetir o que eles falam, então começam a entrar guardas no quarto, prendendo-os e levando-os dali. Winston é levado a uma cela no Ministério do Amor, onde encontra O’Brien, pensando que este também tivera sido capturado, quando descobre que ele está do lado do Partido e armou um plano para pegá-lo, pois já o vigiava a sete anos.

O’Brien tortura Winstou, citando frases ditas pelo mesmo quando visitara sua casa e lhe diz que tudo que o Partido diz é a verdade e ele deve aceitar isso, pois se o Partido disser que dois mais dois são cinco, assim será. Após isso, Winston é levado para a sala 101, onde colocam uma máscara em forma de gaiola em seu rosto. Dentro dessa máscara, há uma divisória entre o rosto de Winston e ratos, animal do qual Winston tem pavor. O’Brien consegue assim, fazer Winston renegar seu amor por Júlia, pedindo que fizessem isso com ela no lugar dele. Depois disso, Winston é libertado. Júlia também não permanece presa, e certo dia se encontram em um bar, onde ao trocar poucas palavras, confessam terem traído um ao outro e demonstram estarem muito diferentes do que eram antes. Ao final, a Teletela anuncia a dominação da Oceania sobre da África. Duas lágrimas escorrem, uma de cada lado, no rosto de Winston. Enfim, ele ama o Grande Irmão.

O tema da obra pode ser comparado ao regimes totalitários das décadas de 30 e 40, como o nazismo, o fascismo e o comunismo. Já o fato da Teletela vigiar os cômodos dos membros do Partido, pode ser comparado ao Reality Show Big Brother, até mesmo porque o programa foi baseado no livro, tanto pelas câmeras em cada lugar da casa quanto pelo próprio nome Big Brother, em português: Grande Irmão. Temos também o exemplo da internet nos dias atuais, onde suas informações pessoais, que parecem estar seguras, mas em algum lugar muitas pessoas podem estar vendo elas e também conversas telefônicas, onde a operadora pode ter todo o registro de suas conversas gravadas. Dizem até que o Google traz anúncios de acordo com suas pesquisas anteriores, suas comunidades no Orkut, entre outras coisas. A tecnologia realmente nos traz muitas facilidades, mas pode sim, acabar com toda a nossa privacidade.

Ao ler o livro, acabamos entrando para dentro do cenário descrito pelo autor, sendo ele cinzento, com prédios velhos ou mesmo ruínas destes, cenas desérticas , principalmente nos momentos em que o personagem principal está sozinho, e apenas seus pensamentos lhe fazem companhia. A história é narrada com riqueza de detalhes, o que gera ao leitor esta viagem para dentro do livro. George Orwell era um homem muito inteligente e perspicaz, pois em 1984 conseguiu imaginar coisas que, às vezes, parecem que estão a ponto de acontecer com a humanidade.

Anderson Abreu


Referências: http://www.educacaonanet.com.br/home2/paulo-tavares/492-a-tecnologia-e-a-invasao-de-privacidade.html


Análise em Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=n2NUmf1_mek

Nenhum comentário:

Postar um comentário